Na primeira segunda feira de Maio acontece o famosíssimo Met Gala, um baile beneficente que a Vogue Americana promove em parceria com o Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque para arrecadar fundos para a seção de vestuário do museu.
Por se tratar de um evento considerado o epítome do universo da Moda, o tapete vermelho (que não é vermelho) é um dos mais aguardados e comentados de todos os eventos que envolvem celebridades.
Todos os anos, o baile que é mega enigmático (ninguém sabe ao certo o que rola da porta pra dentro, eu acho que é a renovação de todos os pactos e aí por diante hahahaha. Aqui tem algumas fotos da festa) tem um tema. O desse ano era o Guilded Glamour, ou “Glamour Dourado” e para ler mais sobre ele tem infos no site da Vogue (em inglês) e no Portal Pop Online (em português).
Enfim que você provavelmente já está de saco cheio dos milhões de conteúdos sobre o MET rolando aí pelo seu feed, mas para você não perder tempo achando os melhores conteúdos pós-evento, eu fiz uma curadoria especial de conteúdos bem interessantes produzidos antes, durante e após o evento de milhões. Segue!
/a moda capitalista
Moda e capitalismo, quase sinônimos, né?
Escrever sobre moda sempre me deixa um gosto bittersweet (doce-amargo) na boca: ao mesmo tempo que sou apaixonado e obcecado por esse mundo, pela beleza, pelo trabalho, pela artesanalidade, pela arte que essas roupas são, eu reflito sobre problemas que a moda causa para o planeta e para as pessoas.
Como um trabalhador da área da moda e do entretenimento, que se compadece muito com o assunto, eu não podia abrir essa curadoria sem falar das declarações que a associação dos trabalhadores da Condé-Nast (editora da Vogue americana) fizeram, contando que o “o glamour do Met Gala vem do nosso suor”.
O mercado criativo tem o péssimo hábito de tentar pagar os empregados com glamour, prestígio e dando a falsa sensação de que te dando acesso para trabalhar naquele lugar está te fazendo galgar espaços importantes na indústria. Uma grande mentira né. Os funcionários da revista falaram que são mal tratados, mal pagos, não tem hora extra e nenhum tipo de seguro médico. Igualzinho minha vida atual, hahaha.
Essa história me lembrou uma pesquisa que saiu em 2020 e que revelou que apenas 16% dos trabalhadores das indústrias criativas vêm de backgrounds de classes trabalhadoras. Isso explica o porquê dos empregadores acharem que podem pagar apenas com prestígio, porque 84% dos trabalhos não precisam de dinheiro para pagar o aluguel. O prestígio basta.
/os reels da vogue
Eu particularmente adoro os vídeos que a Vogue produz durante o evento. São sempre shows a parte. Impossível esquecer o vídeo da Rihanna, quando ela foi a hostess oficial do evento em 2018, sob o tema “Heveanly Bodies”
Esse ano a Vogue criou vídeos que brincam com a arte que está lá no museu, deixando essa mensagem de que moda é arte e que a gente vai falar sobre ela por muito tempo! Esses vídeos foram produzidos em formato vertical para o instagram da Vogue estadunidense!
bônus
A Rihanna é sempre figurinha marcada do tapete vermelho. Acho que a Anna Wintour adora ela. Ela sempre entrega os melhores looks do tapete, é mega carismática e o mundo inteiro gosta dela.
Esse ano, por conta da gravidez, ela não esteve no tapete vermelho, mas a Vogue não deixou de querer ela ali: criaram uma estátua (que ainda não é evidente se é real ou digital) recriando a foto em que Riri posou para a capa de maio da Vogue EUA, gravidíssima, usando um macacão de renda vermelha do Azzedine Alaïa.
/artistas desenhando os vestidos do tapete vermelho
as criações de diversos designers que passaram pelos milhares de fotógrafos do tapete vermelho do bailinho foram inspiração para diversos desenhos belíssimos que já estão circulando pelo insta! A galera é rápida de mais, socuerro.
/os reels das marcas
Nem só a Vogue foi ligeira esse ano! Várias marcas que estiveram no red carpet produziram vídeos sensacionais que vão ficar bem guardadinhos no meu compartimento cerebral de referências, porque ficaram muito legais, bem feitos e mega criativos!
/beauty from the red carpet
Sabemos que nem só de vestidos esculturais vive o grandiosíssimo império do mercado da moda neste planeta em decadência, ele também sobrevive de makes babadeiras, cabelos babadeiros e peles babadeiras.
De recriações de makes e cabelos das celebridades, a um movimento de autoaceitação da “pele real e sem filtro” a criação de conteúdo com teor de beleza no instagram já vem declarando que aceitar sua pele do jeito que ela é precisa ser regra, pois comparar sua pele com a de uma celebridade é furada: é tudo filtro (e é mesmo).
/os memes
Eu sempre procuro pelos momentos de humanidade das pessoas em eventos como esse. Sempre fico me perguntando, será que essas pessoas riem, falam besteiras, zoam com as coisas da mesma forma que nós, meros mortais, fazemos? Essas pessoas me fazem acreditar que sim!
/o papel do instagram no mundo da moda
Uma das convidadas de honra do evento era a diretora de parcerias de moda do instagram, Eva Chen. O fato dela estar lá em uma posição tão importante me fez refletir sobre como as plataformas favorecem essa manutenção do disputadíssimo mercado do desejo.
O Instagram é a janela que todos olhamos para desejar: as roupas dos outros, as férias dos outros, a comida dos outros, a vida dos outros. Tudo dos outros é mais legal, e a gente quer. E moda é sobre desejo. Portanto, a mãos bem dadas desses dois universos é potente e perigosa. E lucrativa.
Mas, trago essas referências aqui para a gente saber o que se passa no mundo dos creators internacionais de moda!
/a kim kardashian ganhando um pedaço de cabelo da Marilyn Monroe
Me pergunto como!
É isso pe-pessoal! Tentei fugir do óbvio post “meus looks favoritos” ou “tendências” do MET Gala porquê acho tão batido… e a internet não tem paciência de esperar um dia para ler conteúdos assim, ela prefere ler coisas rasas que saem segundos depois dos eventos acontecerem.
Espero que tenham gostado e se publicarem em seus stories, marquem @edujurek para eu poder ver e conversarmos sobre.
Besos! ❤